Gota: Fatores de risco e tratamento

Você já acordou no meio da noite com a sensação que o seu dedão do pé estava “em chamas”? A gota é uma das causas mais comuns de dor, inchaço e sensibilidade na região.

Também conhecida como a “doença dos reis”, a gota incomoda pessoas há séculos e já afetou grandes monarcas como Henrique 8º e Alexandre, o Grande. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a complicação acomete 3 a cada 1.000 pessoas.

Neste blog, saiba mais sobre os fatores de risco, sintomas e tratamento da gota. Boa leitura!

O que é gota?

A gota é um tipo de artrite inflamatória que ocorre devido ao acúmulo de ácido úrico, substância naturalmente produzida pelo nosso organismo. Como resultado, essa complicação gera grande desconforto em uma ou mais articulações, sendo mais comum no dedão do pé.

O dedão do pé é a principal articulação afetada pela gota, que se manifesta devido ao excesso de ácido úrico no sangue

Apesar dos sintomas desaparecerem temporariamente, a gota é uma condição crônica e progressiva, por isso requer um tratamento adequado para prevenir novas crises.

O que é que provoca a gota?

O organismo produz ácido úrico com o metabolismo das purinas, substâncias encontradas naturalmente no nosso corpo, assim como em alimentos e bebidas alcoólicas.

Em princípio, o ácido úrico se dissolve no sangue e os nossos rins o eliminam na urina. No entanto, a gota se manifesta quando o nosso corpo produz ácido úrico em excesso ou quando os nossos rins não conseguem eliminá-lo de forma adequada. Dessa forma, esse desequilíbrio provoca a formação de cristais nas nossas articulações, o que causa dor intensa e inflamação.

Fatores de risco

É importante se atentar aos seguintes tópicos para controlar o nível de ácido úrico no sangue e, consequentemente, evitar o desenvolvimento de possíveis episódios de gota:

• Dieta: Consumo de alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas e frutos do mar, além de bebidas alcoólicas como cerveja, aumenta o risco;

• Peso: Sobrepeso e obesidade contribuem para a produção excessiva de ácido úrico e dificultam sua eliminação pelos rins;

• Condições médicas: Doenças renais, hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca aumentam a probabilidade;

• Medicamentos: Uso de diuréticos e medicamentos para hipertensão elevam os níveis de ácido úrico;

• Histórico familiar: Ter familiares com a doença aumenta o risco;

• Idade e sexo: Homens, geralmente entre 30 e 50 anos, são mais propensos a desenvolver gota. Em mulheres, a doença é mais comum após a menopausa;

• Estilo de vida: Sedentarismo também agrava o risco.

Quais são os sintomas da gota?

Os sintomas da gota surgem de forma súbita, muitas vezes durante a noite, e incluem:

• Dor intensa nas articulações: A dor geralmente ocorre no dedão do pé, mas outras articulações como tornozelos, joelhos, cotovelos, punhos e demais dedos também podem ser afetadas;
• Inchaço e vermelhidão: As articulações afetadas ficam inchadas, vermelhas, sensíveis e quentes, muitas vezes dando a sensação de que estão “em chamas”. Mesmo o toque leve de um lençol pode ser extremamente doloroso;
• Desconforto prolongado: Após o pico da dor, o desconforto pode persistir por dias ou até semanas. Em episódios futuros, o tempo de recuperação pode ser maior e outras articulações podem ser afetadas;
• Movimento limitado: Com o avanço da doença, a capacidade de mover as articulações pode ser prejudicada;
• Saliências: Podem surgir pequenas protuberâncias nas articulações.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da gota se baseia nos sintomas que o paciente relata e na observação das articulações afetadas por um especialista. Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade, o médico pode solicitar:

• Exames de sangue e urina: Para medir o nível de ácido úrico;
• Exames de imagem: Radiografias e/ou ultrassonografias podem ajudar na visualização dos cristais na articulação, bem como descartar outras causas da inflamação na região.

Como funciona o tratamento?

O tratamento da gota envolve duas abordagens principais: o alívio imediato dos sintomas durante as crises e a prevenção de novos episódios por meio do controle dos níveis de ácido úrico.

• Uso de medicamentos: Anti-inflamatórios ajudam a controlar a dor e a inflamação. Além disso, há medicamentos que reduzem os níveis de ácido úrico no sangue e evitam futuras crises. Seja como for, a orientação, indicação e acompanhamento médico são fundamentais.
• Mudanças na dieta: Recomenda-se reduzir o consumo de alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas, frutos do mar e álcool. Sob o mesmo ponto de vista, o aumento da ingestão de água e o consumo de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais também ajudam a controlar os níveis de ácido úrico.

Para diminuir o risco de manifestação da gota, deve-se reduzir o consumo de carnes vermelhas e cerveja, por exemplo, que são ricos em purina e levam ao aumento de ácido úrico no sangue

Em resumo, o tratamento adequado é essencial para evitar o agravamento da doença e melhorar a qualidade de vida.

Atuação do Hospital Ortopédico AACD

O Hospital Ortopédico AACD conta com corpo clínico especializado em ortopedia para diagnóstico e tratamento da gota, independentemente do local da sua manifestação.