Coalizão tarsal: o que é, principais causas e tratamentos

A coalizão tarsal é uma alteração congênita do pé caracterizada pela união anormal entre dois ou mais ossos da região do tarso. Essa fusão pode ser composta por tecido ósseo, cartilaginoso ou fibroso e, em muitos casos, permanece silenciosa durante a infância e em grande parte da vida.

Segundo o estudo publicado no Journal of the Belgian Society of Radiology,  cerca de 13% da população mundial tem coalizão tarsal. Porém, apenas 25% desses casos apresentam sintomas.

Nesse blog, o Dr. Danyel Laghi, médico especialista em pé e tornozelo do Hospital Ortopédico AACD, explica mais sobre a patologia, suas causas e tratamentos.

O que é?

Também conhecida como barra óssea, é a união entre dois ossos que geralmente formam uma articulação e se movimentam entre si.

Existem dois principais tipos de coalizão: a barra talocalcaneana é uma conexão entre dois ossos no calcanhar, o tálus e o calcâneo. Já a barra calcaneonavicular é uma conexão entre o calcâneo (no calcanhar) e o navicular (no arco do pé).

Causas

Geralmente, a coalizão acontece durante o período de gestação por uma falha na segmentação embrionária, fatores genéticos ou calcificação progressiva. Porém, em casos mais raros, também pode ocorrer devido a traumas, infecções e artrite.

Principais sintomas

Embora muitas vezes seja assintomática e só identificada em exames feitos por outros motivos, a coalizão tarsal, quando sintomática, pode provocar dores na parte interna e externa do pé, cansaço, dificuldade de andar em terrenos planos, rigidez e achatamento do pé.

Os sintomas costumam a se manifestar na adolescência ou até na idade adulta, quando as articulações afetadas são mais exigidas.

Coalizão tarsal X Pé plano

Mesmo que ambas as condições causem a aparência de um pé chato, elas são bem diferentes. Enquanto o pé plano (ou pé chato) geralmente é flexível, o pé com coalizão tarsal é rígido.

Conheça mais sobre o pé plano

Os tratamentos disponíveis

O tratamento conservador para as barras ósseas envolve um período de 3 a 4 semanas de imobilização, normalmente feito por calçados rígidos ou botas imobilizadoras, uso de analgésicos e anti-inflamatórios e fisioterapia.

Em casos mais graves ou quando o tratamento conservador não surte efeito, duas cirurgias podem ser realizadas:

• Ressecção da barra óssea: Opção cirúrgica mais comum para a coalizão tarsal, o procedimento envolve a remoção da coalizão e sua substituição por tecido ou músculo de outra área do corpo. A ressecção pode preservar a função normal do pé na maioria das pessoas.
• Fusão articular: Quando a barra óssea causa uma lesão importante na articulação entre os dois ossos, o cirurgião retira a barra e realiza um procedimento de fusão (artrodese). Esse procedimento corrige o posicionamento do pé, alivia a dor e provoca perda parcial do movimento da articulação afetada.

Se  não tratada corretamente, a coalizão pode deixar o pé rígido e, em casos graves, obrigar o paciente a recorrer à fusão articular (artrodese) como única forma de aliviar a dor.

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