É verdade que bebês não devem usar sapatos?

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Dr. Rafael Yoshida, ortopedista da AACD, é entrevistado pelo site bebe.com.br, da Abril

Na hora de comprar um presente para um bebê que está a caminho ou até mesmo ao montar o enxoval, é difícil não querer levar aquele sapatinho tão pequenino e fofo. Só que, como outras dúvidas do que dar ou não para um recém-nascido, é importante falarmos sobre o item ser mais indicado como enfeite para o quarto do pequeno do que para o seu uso em si.

Rafael Yoshida, ortopedista pediátrico da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), explica que o conhecimento corporal do pequeno, inclusive dos pés, começa antes mesmo dos primeiros passos. “E, por isso, é importante deixá-los livres para que o bebê possa tocá-los, apertá-los e até mesmo levá-los à boca. Além disso, a musculatura trabalha e desenvolve-se melhor com os pés livres”, completa.

O especialista ainda pontua que colocar sapatinhos ou chinelos em bebês que estão aprendendo a ficar de pé para, em seguida, iniciarem o movimento de marcha atrapalha o que é conhecido como propriocepção, isto é, “a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo”, como define o médico.

Assim, com o piso limpo e apropriado para a criança que está começando a trocar os primeiros passos, é fundamental deixá-la explorar a superfície com os pés descalços para que ela desenvolva a coordenação motora necessária a fim de que marcha fique cada vez mais refinada e ela consiga andar normalmente. Entretanto, se houver a preocupação dela adoecer pelo chão estar gelado, Yoshida indica que os pés do bebê sejam protegidos com uma meia antiderrapante.

Então, quando o sapato deve ser comprado?

O especialista orienta que a aquisição de sapatos, sandálias ou tênis é necessária após a idade da marcha (por volta do primeiro ano de vida) ao mesmo tempo em que a criança começa a frequentar ambientes fora de casa. Mas não é qualquer tipo que deve ser comprado.

“É necessário que eles sejam flexível, do tamanho adequado (evitar que sejam maiores, podendo ser medidos pela palmilha interna) e com apoio posterior nos calcanhares”, detalha Yoshida.

O pediatra ortopédico ainda complementa sobre o porquê da atenção redobrada para o apoio adequado aos calcanhares nos sapatos. Ele deve acontecer porque, ao iniciar a marcha, a maioria das crianças tem pés planos, conhecidos popularmente como “pés chatos”.

Esse formato se dá porque, junto com o aumento da frouxidão ligamentar natural da idade, os calcanhares tendem a se curvar para forma e a parte de dentro do membro fica achatada. Com isso em mente, Yoshida pontua: “Chinelos ou sandálias sem apoio nos calcanhares têm seu uso mais dificultado”.

Então, pais, na hora de comprarem o primeiro sapatinho tenham três lembretes em mente: apoio firme nos calcanhares, flexibilidade para a musculatura do pé do bebê trabalhar e tamanho adequado – nada de ficar comprando um ou dois números maiores, ok?

É preciso estar atento também ao fato de que, junto com a influência no desenvolvimento motor dos pés, o tamanho correto do sapato está ligado diretamente com a formação da unha do bebê. Se ele ficar muito apertado, há risco de encravá-la e resolver o problema pode não ser simples. Neste caso, é necessário dar um passo para trás e conferir com o pediatra como cortá-la corretamente e se o pé do bebê pode ser abafado com o sapato.

Link da matéria: https://bebe.abril.com.br/saude/e-verdade-que-bebes-nao-devem-usar-sapatos/

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