Entenda o trauma raquimedular, que deixou Marcelo Rubens Paiva, autor de ‘Ainda Estou Aqui’, tetraplégico

Marcelo Rubens Paiva, autor do livro autobiográfico “Ainda Estou Aqui”, que originou o filme estrelado por Fernanda Torres que está concorrendo ao Oscar 2025, ficou tetraplégico aos 20 anos após bater a cabeça no fundo de um lago raso. Saiba mais sobre o trauma raquimedular e outras causas possíveis de lesões do tipo. Por exemplo, além do mergulho em águas rasas, e os tratamentos disponíveis para melhorar a qualidade de vida do paciente.

O que é trauma raquimedular (TRM)?

O trauma raquimedular (TRM) é um dano causado na região óssea da coluna ou discos intervertebrais ou estruturas ligamentares da coluna, o que pode afetar ou não a função da medula espinhal. Quando a lesão acomete a medula, pode acontecer perda de força e de sensibilidade abaixo do ponto machucado, que foi o caso do Marcelo Rubens Paiva.

“As causas de TRM são mergulho em águas rasas, quedas de altura, acidentes com veículos e em esportes de contato, e também agressões físicas com trauma direto à coluna”, explica o Dr. Eduardo Iunes, neurocirurgião do Hospital Ortopédico AACD. O médico também pontua que quando o trauma afeta elementos estabilizadores da coluna – como nos casos de fraturas, lesões dos discos e de ligamentos – pode trazer dor, desalinhamentos e deformidades como cifose e escoliose.

Diagnóstico e tratamento

Para diagnóstico, o paciente deve ser levado imediatamente para atendimento médico e realização de exames. “Imagens ósseas, como a tomografia e as radiografias, permitem avaliar fraturas e desalinhamentos. A lesão da medula é avaliada através da ressonância magnética”, ressalta Iunes.

De acordo com as avaliações clínicas, determina-se o tratamento do paciente. “Traumas menores que não geram instabilidade ou deformidades e não comprimem a medula, não necessitam de cirurgia. Para esses casos, recomenda-se imobilização com órteses, analgesia, período de repouso seguido de reabilitação física. Os traumas graves, que geram qualquer grau de instabilidade ou lesão neurológica, necessitam de cirurgia para estabilização ou descompressão neurológica para dar espaço para região apertada pelo trauma”, destaca o neurocirurgião do Hospital Ortopédico AACD.

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