AACD compartilha suas expectativas para 2024 e reflete sobre os desafios da pessoa com deficiência no Brasil

Tempo de leitura: 4 minutos

O superintendente de Marketing e Relações Institucionais da AACD, Edson Brito, trouxe perspectivas sobre a atuação da Instituição e o cenário da pessoa com deficiência para o ano que vem. Confira, abaixo:

  1. Quais são as principais fontes de recursos da AACD?

As principais fontes de recursos da AACD, atualmente, são:

  • Atendimentos privados = 60% da receita total
  • Valores arrecadados pela área de Captação de Recursos da Instituição = 25% da receita total
  • Atendimentos públicos (via SUS) = 15% da receita total
  1. Como esses recursos são distribuídos entre as unidades da AACD?

Os recursos são distribuídos conforme a necessidade operacional de cada uma das unidades da AACD. São 800 mil atendimentos anuais distribuídos pelas 8 unidades da Instituição.

Hoje, 80% dos atendimentos na AACD são via SUS. No entanto, devido ao congelamento da tabela SUS, a manutenção desses atendimentos é um desafio, pois o SUS repassa, em média, apenas 13% do valor de cada atendimento realizado pela Instituição.

Por isso, os valores provenientes dos atendimentos privados e arrecadados pelas campanhas de captação de recursos são fundamentais para manter a sustentabilidade financeira da Instituição.

  1. Quais são os principais parceiros da AACD hoje?

Na área de Captação de Recursos, a AACD conta com os seguintes modelos de parcerias:

  • Pessoas Físicas (Doadores recorrentes, doação de pessoas físicas no Teleton e Salary Donation) = 30% da arrecadação total
  • B2B – Pessoas Jurídicas (Doações de empresas no Teleton e parcerias de investimento social privado) = 12% da arrecadação total
  • B2B2C (Produtos financeiros, bazares, troco solidário e marketing relacionado à causa) = 58% da arrecadação total
  1. Quais são os maiores desafios da pessoa com deficiência no Brasil, hoje?

A AACD atende pessoas com deficiência física de todas as idades (60% do público é infantil e 40% é adulto). Todas elas enfrentam desafios diários. O principal, que acaba influenciando todos os outros, é a dificuldade no acesso a serviços de saúde que sejam especializados e de qualidade.

Outro desafio é o diagnóstico precoce, principalmente nos casos de Paralisia Cerebral. Isso porque, quanto mais cedo o diagnóstico da patologia, mais efetivo será o tratamento.

Além disso, questões relacionadas à inclusão e à acessibilidade também prejudicam o acesso a dois grandes pilares para o exercício pleno da cidadania: educação e trabalho.

Recentemente, em Julho de 2023, o IBGE divulgou um levantamento inédito por meio da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que apontou que 8,9% da população brasileira, cerca de 18,6 milhões de pessoas, possuem algum tipo de deficiência, seja ela física, intelectual, auditiva e/ou visual. O estudo mostrou que cerca de 55% dos trabalhadores com deficiência trabalham na informalidade, o que demonstra uma grande dificuldade do mercado brasileiro em contratar, capacitar e treinar pessoas com deficiência, apesar da implementação de marcos importantes como a Lei de Cotas (1991) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015).

A pesquisa também mostrou que a taxa de analfabetismo para as pessoas com deficiência foi de 19,5%. Esse dado ressalta a necessidade urgente de preparação e adaptação de toda a comunidade escolar (educadores, demais colaboradores da escola, responsáveis pelos alunos e alunos). Dessa forma estaremos promovendo a inclusão do aluno, independente de qual seja a deficiência e o grau de gravidade da deficiência.

Dados como esses comprovam a importância vital do trabalho da AACD, que conta com uma estrutura completa para a reabilitação física, além da promoção de programas de inclusão e acessibilidade por meio da educação e do esporte para integração efetiva dos pacientes na sociedade.

  1. Quantas pessoas fazem parte do quadro de colaboradores e voluntários da AACD, hoje?

Atualmente, a AACD conta com cerca de 1.900 colaboradores e 1.000 voluntários em suas 8 unidades distribuídas pelo Brasil.

  1. Quantos atendimentos a AACD realiza em média por ano?

A AACD atende pacientes ortopédicos e pessoas com deficiência física de todas as idades. Em média, a Instituição realiza 800 mil atendimentos todos os anos. Desse total, 60% do público é infantil (0 a 17 anos) e 40% é adulto (acima de 17 anos).

O propósito da AACD é de trabalhar nas frentes necessárias para que as pessoas com deficiência física possam atingir o seu máximo potencial, oferecendo atendimento para pacientes que se enquadram em uma dessas linhas de cuidado: Paralisia Cerebral, Lesão Encefálica Adquirida, Amputação, Doenças Neuromusculares, Má-Formação Congênita, Mielomeningocele, Lesão Medular e sequelas de Poliomielite.

O tempo de permanência no processo de reabilitação varia de acordo com a condição clínica de cada paciente, feita após uma avaliação global do caso por uma equipe multidisciplinar (composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros), que montam um plano terapêutico personalizado.

  1. Quais são as expectativas para 2024?

Manter a quantidade de atendimentos que a AACD realiza via SUS é sempre um grande desafio. Como já explicitado anteriormente, o congelamento da tabela SUS faz com que o repasse seja muito baixo diante de todos os custos que a Instituição tem.

Esse foi um dos motivos da ampliação do Hospital Ortopédico AACD, localizado em São Paulo, obra que foi entregue no início de agosto. Essa é uma importante frente de atendimento privado na Instituição e, consequentemente, uma grande fonte de recursos financeiros.

A expectativa para 2024 é que o Hospital Ortopédico AACD realize cerca de 10 mil cirurgias ortopédicas. Só para ilustrar, na prática, esse número representa um incremento de 40%, contando com uma infraestrutura tecnológica e moderna composta por 15 salas cirúrgicas e 140 leitos hospitalares no total.

Além disso, desde 2019, a AACD promove a cooperação técnica com entidades que também atendem pessoas com deficiência física em outras regiões. Dessa forma, a cooperação técnica leva o padrão de excelência e a expertise da instituição para diversas partes do Brasil. Atualmente, 6 organizações localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Alagoas fazem parte dessa iniciativa. A expectativa é aumentar essa capilaridade em todo o território nacional.

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